1 de maio de 2010

L’Atalante (1934)






Truffaut disse um dia que L’Atalante era um dos dez melhores filmes do mundo. E o que Truffaut disse não andará muito longe da verdade. L’Atalante é uma obra-prima indiscutível, um filme lindo com um grande realismo poético de sentido expressionista. A única longa-metragem de Vigo, génio que morreu prematuramente aos 29 anos vítima de tuberculose (doença que contraiu nas duras filmagens desta beleza de filme) é, antes de mais, um filme sobre o amor e a compreensão mútua. Aqui, o importante é salientar que quando se ama, se ama incondicionalmente. E por isso a redenção final. Porque, mesmo sendo Papá Jules a ir procurar Juliette, esse era o desejo de Jean. Porque, após a ruptura na relação, Jean esmorece, cai na depressão. E que melhor forma de mostrar o arrependimento, que melhor forma de Jean (re)descobrir de que sem ela a sua vida não faz sentido.
Fica sobretudo um sentido de tristeza quando nos lembramos de que Vigo morreria logo a seguir às filmagens deste L’Atalante. O que ele não teria feito pelo cinema!

2 comentários:

Unknown disse...

Sem dúvida. Há uns anos comprei uma excelente edição espanhola em DVD com todos os filmes de Vigo. para além deste filme, convém conhecer todos os outros, incluído o documentário "A Propos de Nice".

Álvaro Martins disse...

Victor, já tenho aqui tudo para ver. O próximo será o Zéro De Conduite. Estou a vê-los de ordem decrescente :)