19 de outubro de 2010

Serbis (2008)












Em Serbis é já manifestada a intenção de Brillante Mendoza em enveredar pelo neo-realismo contemporâneo. E para isso (e aqui ainda mais do que em Kinatay e Lola) é influência primordial (além do neo-realismo italiano como base para toda a evolução do seu cinema) a dupla dos irmãos Dardenne, sendo estes a mais notória influência não só na vertente social mas também na mise-en-scène praticamente igual entre os belgas e o filipino. Mas o que distingue Serbis de Kinatay e Lola são os momentos hilariantes e absurdos que contém, é a desmesurada forma de retractar a degradação humana (aqui concretamente daquela família), é a explicitação sexual exposta. Em Serbis há uma preocupação em, dentro de todo o realismo e pessimismo (leia-se dramatização) inerente a essa crítica social, “desdramatizar” não caindo no melodrama clássico (mesmo que possamos chamar a Serbis o filme do degredo), porque o sentido hilariante assim o pretende, porque aqui não há moralidades nem integridades (resultado do estado social). Porque, no fim de contas, Serbis é uma sátira social.

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