17 de março de 2012

“The Misfits” do Huston é qualquer coisa de tão bravio quanto os mais bravios do Ray ou do Kazan, coisas que aos inadaptados e aos rebeldes são próprias, coisas infecundas na moral das coisas que é como quem diz na moral dos tempos e das bíblias e dos homens sagrados, poder aos homens diriam os homens de outrora ao que Huston rejeita para seguir no caminho de Hawks e gritar ao mundo que o poder é das mulheres e só das mulheres e que por elas o homem muda. Coisas do pós-western ou do fim do homem sem lei ou sem terra, do fim desse vaguear pelo mundo e pelos vales e montanhas que atravessam essa América mítica do Ford, do Hawks, do De Toth, do Mann e doutros tantos, coisas do que ficou e dessa nova América que restou. Passa por ser um melodrama inusitado que abandona o western ou o que dele se herdou, das formas que o cinema vincou nesse mundo instável e fervoroso que a Hollywood clássica e perdida tanto cimentou.

2 comentários:

Luís Mendonça disse...

Huston é cineasta estupidamente subvalorizado.

Álvaro Martins disse...

Sem dúvida Luís.