22 de abril de 2012


“Hors Satan” de Bruno Dumont é um dos mais brutais e perfeitos modelos da ambiguidade ou dum tipo de “fusão” entre o bem e o mal, algo entre o divino e o maléfico, entre a natureza e o poder desta no mundo, entre o crime e a salvação. Coisa transcendental que busca um poder messiânico ou apenas espiritual, coisas que deambulam entre o religioso e o satânico, mundo de delinquentes ou apenas de jovens à margem da sociedade que se refugiam no “seu mundo”, de instabilidades mentais, coisa enigmática e crua e física que culmina no milagre como que, não só numa referência a “Ordet”, como numa reflexão da transformação física e psíquica daquela jovem (talvez o “despertar” para o mundo - por isso depois ele se vai - ou simplesmente o ultrapassar do trauma, sei lá…). É nesse espectro de “gente diferente” ou errante no mundo que se desenrola a acção, na “calha” dum espiritualismo bizarro e transcendental que ora se revela religioso/benévolo ora se declara satânico/malévolo.

1 comentário:

Sam disse...

Se for "tão bom" quanto o HADEWIJCH, dispenso...